Rascunhos de Poesia

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Haikais
Frases & Pensamentos
Fotos

Viseu, Terra Paterna

Minha terra de maravilhas,
de pão, de lenho e vinho,
recortada no verde granito,
de gente esforçada de suor.
Terra bendita, meu solar berço,
Meu serrano quinhão d' amores.

Bela Sé de minha vontade cristã,
romana de raiz, elevada no gótico,
de claustros e azulejos teotonais.
Prisão imortal da moirama vencida,
ornamentados tesouros de cátedra,
Meu templo de amor divino e oração.

Viseu, terra de pastoris cenários,
de caçadas imemoriais em estátua,
a força da resistência de Viriato.
Viseu do Rossio dos meus mil amores,
do parque copado em fechado coração
abrigando cultos e danças eternas.

Minha Viseu embotida de carvalhos e buxo,
de jardins dignos d' alma,
padrão de Deus ornado p' lo homem.
Viseu, cava de trincheira entre rios,
fortaleza do ideal do guerreiro
caído pela traição de seus pares.

Viseu fortalecida de muralhas,
p' las suas gentes de torreão leal,
e dos seus moledos lajados de trigo.
Viseu, minha terra paterna de sonho,
de minha adoptada e feliz infância,
onde, férreo querer, me fiz escudeiro.

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Versos d' Enamoramento

No teu olhar castanho,
Me planto d' alfazema,
Amor, d' encanto tamanho,
És a musa de meu poema.

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Vilania

Amores são tretas,
vãs futilidades,
pesadelo mortal,
medo de poetas,
agressividades,
almas em funeral.

Amores são restos
de sexo amorfo,
ais de coração,
tratados funestos,
abstracto, zoomorfo,
erro de paixão.

Amores são nadas,
troca de fluídos,
inúteis orgasmos,
pernas arqueadas,
arfar dos ruídos,
corpos em espasmos.

Amores são petas,
histórias de fadas,
mentes em delírio,
aço de grilhetas,
carnes massacradas,
camas de martírio.

Amores são merda
de mulheres putas,
famintas de cio.
Amores são a perda
do senso, disputas,
pecado, transvio.

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Versejos de Saudade

Quando o sol s' encoberta, que me mostra
senão dúvida da beleza fútil?
Ou fecha-se minh' alma como ostra
nesse desejo e se faz tão inútil?

Que desamores m' estão guardados
às paixões que m' atormentam sem dó?
Que pergaminhos tenho eu rasgados
das memórias lançadas ao pó?

Aqui me vêem, só à beira-mar,
versejar na neblina fugidia
rimas raiando a vil insanidade.

Aqui tento conjugar ser e amar
indiferente à noite e ao dia,
mas trôpego p'lo frio da saudade.

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